Publicado em: **Quarta-Feira, 16/07/2025**
No coração de Petrópolis, sob o céu quente de um fim de tarde, o Estádio Caldeirão Cervejeiro foi palco de uma história que vai ecoar por toda a Copa Metropolitana. O IPA, com sangue novo nas veias e confiança no olhar, atropelou o atual campeão Estrela por 5 a 2. Não foi apenas uma vitória, foi um manifesto. Um grito de afirmação. Um "estamos aqui" do tamanho de um rojão.
A partida mal havia começado e já era possível perceber que algo estava fora do roteiro. Aos 2 minutos, Álvaro Barreal testou firme após cruzamento de Iuri Medeiros e abriu o placar. Parecia um golpe isolado, mas era só o prenúncio do colapso. A defesa do Estrela cambaleava, o meio não se encontrava, e o IPA pressionava como quem sabia que estava diante de uma chance rara de marcar história.
O Estrela até tentou reagir. Pitta, incansável, cavou um pênalti aos 4 minutos, mas Reinaldo parou nas mãos de Luiz Jr, e o que poderia ser o início da virada virou mais um suspiro de frustração. O que se seguiu foi uma avalanche: Dyego Sousa, com dois gols de cabeça aos 12 e 14, jogou por terra qualquer planejamento do treinador do Estrela, que assistia incrédulo à beira do campo.
E como se ainda faltasse algo, aos 16 minutos, Ansu Fati finalizou de primeira após jogada ensaiada de escanteio. Um golaço. Um 4x0 avassalador que fez os torcedores do IPA cantarem ainda mais alto. O Estrela, enfim, respirou aos 29, com Pitta completando boa jogada de Montoro, diminuindo a vantagem.
Mas até a esperança se machuca. Na volta do intervalo, Montoro sente a coxa e deixa o campo de maca, carregando consigo as últimas centelhas de reação do Estrela. O time sentiu o baque. O IPA não. Iuri Medeiros, maestro da noite, distribuiu mais uma assistência para Dyego Sousa anotar seu hat trick. Um recital ofensivo. Um passeio tático.
Tormena ainda descontou, mas o estrago já estava feito. O placar final de 5x2 é duro. Justo. Histórico.
No fim do jogo, a imagem que ficou foi a do treinador do Estrela, cabisbaixo, deixando o gramado sob vaias tímidas de seus próprios torcedores. Um homem sozinho em meio ao naufrágio. Não era apenas uma derrota. Era o fim da aura de invencibilidade. A constatação de que o trono está vulnerável.
O IPA não venceu apenas um jogo. Venceu o medo, a camisa pesada do adversário e a própria dúvida sobre seu potencial. A Copa Metropolitana ganhou um novo protagonista. E o futebol, como sempre, ganhou mais uma bela história para contar.